Leishmanias
As leishmanias são parasitas que apresentam duas formas evolutivas: amastigota no hospedeiro vertebrado (cão); e promastigota no hospedeiro intermediário (mosquito), sendo esta a forma infestante para o cão.
O ciclo evolutivo da Leishmania inicia-se quando o mosquito fêmea ingere sangue de um cão infectado. Vamos explicar melhor , a Leishmania circula pelo sangue do cão, ligada às suas células de defesa (macrófagos). Quando o mosquito fêmea ingere o sangue para se alimentar, fica infectado tornando-se no hospedeiro intermeiário do parasita.
No intestino do mosquito a Leishmania na forma amastigota transforma-se em promastigota, migrando depois para a faringe e aparelho bocal, onde permanece até à próxima refeição do mosquito. Este ciclo demora uma a duas semanas a completar-se, altura a partir da qual o mosquito poderá infectar outro cão.
Onde vivem os mosquitos?
No seu habitat natural as larvas desenvolvem-se em locais onde existe matéria orgânica em decomposição. Os aultos vivem em ambientes escuros, abrigados dos ventos e da exposição directa da luz, como sulcos das rochas e reentrâncias dos troncos de árevores. Algumas espécies já se adaptaram ao ambiente doméstico, vivendo desntro das casas, nos alpendres, estábulos e jardins, onde encontram alimento e protecção.
No geral, são fracos voadores e raramente se deslocam mais do que um ou dois quilómetros de distância, a nãoo ser que sejam transportados por correntes de vento.
Estas regiões são apenas uma referência geográfica da doença porque neste momento a doença está distribuida um pouco por todo o país.
O contágio da cadela para os cachorros durante a gravidez (transmissão vertical), ainda não está devidamente documentado.
A partir daqui as leishmanias, envolvidas pelos macrofagos circulam no sangue e tecidos do cão, alojando-se nalguns órgãos mais específicos, provocando alterações e um quadro clínico muito variável. É certo que um cão com Leishmaniose tem as suas defesas diminuidas, o que o torna mais frágil e susceptivel a outras doenças.
O período de incubação, ou seja, o tempo desde que o animal é picado ate à manifestação dos sintomas, é muito variável, podendo ir de poucos meses, até 7 anos.
- Perda de peso progressiva e muito acentuada
- Atrofia dos músculos temporais, caracterizada por uma magreza pronunciada dos músculos da cabeça
- Aumento generalizado dos gânglios linfáticos
- Coxeira mais intens nos membros posteriores
- Manifestações cutâneas, normalmente, muito exuberantes – apresentam uma descamação seborreica intensa mais frquente no focinho; nariz mais seco, espesso e gretado, sobrecrescimento das unhas, pêlo de má qualidade, seco, baço e quebradiço
- Feridas que teimam em não cicatrizar
Sintomas menos visiveis
- Insuficiência renal, mau funcionamento do rim glomerulopatias
- Insuficiência hepática, mau funcionamento do fígado
- Lesões oculares
- Transtornos gastrointestinais em que as diarreias são muito marcantes, com ou sem a presença de sangue
- Vasculites, inflamação das paredes dos vasos sanguíneos
- Perda de apetite
- Prostração do animal
- Alterações nas células sanguíneas
O seu tratamento não tem evoluído muito nos últimos anos. Continua a ser muito dispendioso, prolongado, com efeitos secundários graves a longo prazo, e nem sempre é eficaz.
As moléculas utilizadas no tratamento interferem com o metabolismo do parasita limitando o desenvolvimento das leishmanias. No entanto, o animal não fica completamente curado. Com o tratamento, as leishmanias ficam restringidas aos orgãos do sistema hematopoitico (gânglios linfáticos, baço e medula óssea), deixando de estar em circulaçao, o que diminui a probabilidade de disseminação da doença, pois se o cão for picado já não transmite o parasita ao mosquito.
A leishmaniose é uma doença crónica e progressiva, com uma taxa de mortalidade elevada. Porém, se diagnoticada numa fase inicial, pode ser controlada, melhorando a qualidade de vida do animal.
1 comentário:
olá!
O ano passado estive cinco meses na República Checa, em Erasmus. Entretanto, a minha boxer Nina ficou doente com Leishmaniose, sofreu e morreu... Ninguém teve coragem de me contar antes de voltar a Portugal... Ainda no aeroporto Sá Carneiro, ao ver a minha família, a minha primeira pergunta foi: "como está a Nina?" Foi aí que soube de tudo... Foi aí que o meu mundo desabou... Agora quero outra/o boxer mas a minha família não quer que eu sofra outro desgosto... Mas eu sei que assim que tiver uma casa minha, terei uma ou várias boxers... Pois sou apaixonada pela raça!!!
Obrigada pelo post :)
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